A Barragem de Quixeramobim, principal reservatório que abastece a sede do município, secou. Atualmente, conforme o portal hidrológico da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o volume de água no local é de 0,01%.
Esta é a terceira vez, nesta década, que a barragem seca, sendo, a primeira ocorrência, em 22/10/2015, a segunda, em 07/01/2017, e a terceira agora, em dezembro de 2019. O esgotamento do recurso hídrico na cidade ocorre após o reservatório quase ter atingido a cota de sangria no ano de 2018, quando chegou ao seu maior nível, 96,68%, há 1 ano, seis meses e 22 dias, em 19 de maio do ano passado, desde que havia secado há quase três anos.
O diretor da Serviço Autônomo de Água e Esgoto, Miguel Fernandes, falou com nossa reportagem sobre como está sendo feito o abastecimento hídrico na sede do município e salientou que o momento é delicado.
Em 1º de setembro deste ano, o SAAE havia iniciado o racionamento hídrico na cidade, contudo, dias depois, o processo foi interrompido e a disponibilidade de água nas residências passou a ser diária e não dividida por setores, principal característica de que a sede do município passa por situação de atenção no consumo do recurso.
O superintendente regional da Cogerh, Paulo Ferreira, também falou com a SerTão TV. Na ocasião, ele comentou sobre a situação do Açude Pedras Brancas, utilizado para abastecer Quixeramobim e Quixadá, e as ações que a Companhia deverá tomar agora que a Barragem está seca.
Em conversa com o Blog Quixeramobim Agora, em 16 de setembro deste ano, Paulo declarou que o segundo maior açude da Bacia do Banabuiú com 8,39% de sua capacidade, consegue abastecer Quixeramobim e Quixadá até o ano de 2021.
Confira a reportagem completa:
Sobre os demais reservatórios, a situação também não é favorável, já que três estão secos, oito estão com volume inferior a 5%, dois estão entre 5% e 10% e somente quatro estão com nível acima de 10%. Confira:
Secos
Monsenhor Tabosa (Monsenhor Tabosa)
Serafim Dias (Mombaça)
Vieira (Boa Viagem)
Abaixo de 5%
Capitão Mor (Pedra Branca) – 3,93%
Cedro (Quixadá) – 0,51%
Cipoada (Morada Nova) – 4,97%
Fogareiro (Quixeramobim) – 1,73%
Jatobá (Milhã) – 3,32%
Pirabibu (Quixeramobim) – 0,21%
São José II (Piquet Carneiro) – 1,09%
Trapiá II (Pedra Branca) – 2,2%
Entre 5% e 10%
Banabuiú (Banabuiú) – 6,34%
Patu (Senador Pompeu) – 8,11%
Acima de 10%
Curral Velho (Morada Nova) – 59,33%
Poço do Barro (Morada Nova) – 16,98%
Umari (Madalena) – 27,74%
A situação não é nada favorável para os munícipes, já que ainda não há prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos para a quadra chuvosa de 2020. Enquanto isso, baseados na fé, a população segue olhando para o céu, esperando que nuvens escuras anunciem a boa nova de chuvas no sertão.
Repórter Ceará (Foto: Augusto Alves/SMC)