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Editorial: Vereadores de Quixeramobim são o retrato da omissão em tempos de pandemia

Em meio a pandemia, os vereadores de Quixeramobim se tornaram omissos. Longe do campo da suposição, achismo ou pirraça, isso é um fato que afronta o bem-estar da população em um momento onde o Poder Legislativo Municipal deveria estar presente, utilizando de todos os seus recursos para caminhar na linha de frente na luta contra o novo coronavírus.

Até o momento, não foram realizadas sessões remotas e, consequentemente, não foram aprovados projetos essenciais, como isenção de taxas de iluminação pública e de serviços de água para a população de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social, bem como, não há pautas que beneficiem os comerciantes do município.

Em comparação com outras Casas Legislativas do Ceará e do Brasil, a Câmara de Quixeramobim é somente uma instituição omissa. A exemplo, no dia 26 de março, a Câmara de Fortaleza informou a destinação de R$ 7 milhões para o tratamento da doença na Capital. Já em notícia de ontem, 1º, a Câmara de Mercês, em Minas Gerais, reduziu os salários dos vereadores, prefeito e secretários, a fim de abastecer o fundo de saúde do município em combate a pandemia. E, no Coração do Ceará, não há nenhuma posição de seus parlamentares, levantando a indagação: Eles continuarão a receber normalmente suas gratificações?

O cenário evidencia o que o Legislativo da cidade nunca se preocupou em mudar: O costume com os requerimentos. Mesmo sendo um poder independente, que não é mandado pelo prefeito ou pelo Judiciário, a Câmara adotou o péssimo hábito de não tomar as rédeas de sua competência e agir nas questões que lhe competem, deixando de lado sua real serventia de curadora das medidas do Executivo, analista do orçamento público e atendente da população através da criação de leis. O Executivo, portanto, age sozinho.

Os vereadores deveriam ser os responsáveis por mapear as famílias carentes – já que fazem parte do Poder mais próximo da população -, orientar a destinação de recursos e deliberar as principais ações de combate contra a Covid-19, a fim de distribuir cestas básicas, criar uma gratificação salarial aos funcionários públicos dos serviços essenciais, apontar para onde o dinheiro deve ser realocado, tentando amenizar os impactos da crise no cofre público do município, e, principalmente, evitar mais transtornos para os quixeramobinenses, incluindo os comerciantes, que não sabem até quando durará a pandemia, nem como sobreviverão após ela.

Que se esclareça: A população sentiu a omissão. A ausência, por sua vez, ocorre justamente no período de filiação partidária. Ao que parece, os parlamentares se preocupam mais com seus partidos e as eleições deste ano, do que com a população que delegou 15 mandatários para serem seus representantes.

O mundo vive um momento histórico e, pelo andar da carruagem, os vereadores de Quixeramobim não serão a voz do povo, em um momento onde todos estão em casa, preocupados com o futuro. Quem sabe, amanhã, os parlamentares acordem para a realidade. No entanto, diante dessa utopia, se o ontem fosse o prenúncio de um cenário apocalíptico para o hoje, os representantes da população não passariam de simples cidadãos recostados em suas residências esperando o mundo definhar em incertezas e, enquanto recebem seus R$ 8 mil, estariam sossegados, observando o fim sem terem movido uma pedra do lugar.

Editorial do Repórter Ceará

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