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A epidemia de notícias falsas

Como se não bastassem todos os esforços que os profissionais da saúde e as autoridades constituídas têm empreendido para tentar conter o avanço da epidemia do novo coronavírus, agora, essas mesmas pessoas também estão tendo que atuar na linha de frente de outra guerra: a das fake news.

Isso tem acontecido porque, infelizmente, ao mesmo tempo em que o número de mortos e de infectados pelo novo coronavírus cresce, a quantidade de notícias falsas e de mensagens mentirosas ou de conteúdo duvidoso, que circulam livremente pelas redes sociais, se acumula em medida ainda maior.

Tal é a gravidade da situação que, na semana passada, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou, e o governador Camilo Santana sancionou, uma lei que prevê multas que variam entre R$ 224,00 e R$ 2.200,00 para quem compartilhar propositalmente notícias falsas sobre epidemias, endemias e pandemias no Estado.

As punições foram instituídas a partir do entendimento de que a propagação de informações falsas também dificulta o combate ao vírus, porque geram sentimentos de desconfiança, medo e pavor na população e, muitas vezes, acabam expondo as pessoas que recebem essas mensagens a riscos que podem ser fatais.

Um exemplo de fake news que estava sendo divulgado por aqui informava que o governo distribuiria máscaras infectadas que tinham sido compradas na China. Em primeiro lugar, o governo não vai distribuir máscaras, porque elas estão em falta até mesmo para os médicos. Em segundo lugar, essas máscaras são vistoriadas e até hoje nenhuma contaminação foi encontrada, em nenhum país do mundo.

Há muitas outras mentiras que circulam por aí, como as que dizem que o que está matando as pessoas é o uso do álcool em gel e não o vírus, e aquelas que informam receitas caseiras ou uso mágico de medicamentos milagrosos quando nada disso foi sequer comprovado pelos cientistas e pesquisadores do tema.

E é exatamente por mentiras como essas, que eu digo que essas fake news colocam em risco a vida daqueles que nelas acreditam. Por isso, acertou o parlamento e acertou o governo do Estado ao apostarem no rigor da lei como medida necessária para conter as ações mais reprováveis desses meliantes que atuam criando e difundindo mentiras nas redes sociais.

Em tempos de pandemia, não é só o vírus que mata, mas as notícias falsas também. É preciso buscar as informações corretas em fontes legítimas, cuja reputação e credibilidade sejam atestadas socialmente. Se informar através de blogs alimentados por mentiras, informações duvidosas e teorias da conspiração só contribui para dificultar ainda mais o combate ao vírus.

Um Minuto com Sérgio Machado

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