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“Pareceu maldade encomendada”, diz Arcebispo de Curitiba em carta de apoio a padre Reginaldo Manzotti

Nessa segunda-feira, 08, o Arcebispo de Curitiba Dom José Antonio Peruzzo enviou uma carta ao clero da Arquidiocese de Curitiba sobre uma reportagem publicada no sábado, 06, que cita o padre Reginaldo Manzotti em supostas negociações para apoiar o governo do presidente Jair Bolsonaro em troca de verbas para a comunicação.

Segundo material encaminhado para a Arquidiocese, o Arcebispo explica aos seus padres a ordem dos fatos que desembocou em uma “celeuma midiática”, por conta de interpretações equivocadas. Padre Reginaldo Manzotti, como de costume, consultou o arcebispo sobre a sua participação em uma reunião com parlamentares católicos e o presidente da República.

“Ponderei a ele que não gosto nem um pouco do atual presidente. Todavia, no segmento das comunicações, quase tudo depende de autorização governamental. Qualquer meio de comunicação de rádio ou TV é concessão do Estado. Hoje, se não forem mantidos canais de diálogo, multiplicam-se severamente as retaliações. Foi assim também no passado, independentemente dos governos e grupos partidários“, respondeu Dom Peruzzo ao padre Manzotti.

“Minha recomendação foi que participasse da reunião, mas que fosse cuidadoso no que falaria. Que não houvesse nem lisonjas nem hostilidades da parte do padre. Era uma reunião aberta, registrada, acessível ainda hoje a todos”, continua o Arcebispo de Curitiba que passa a comentar sobre a participação de Padre Manzotti na reunião: “O pe. Reginaldo se pronunciou por apenas cinco minutos ou menos. Foi tão somente uma apresentação legítima do segmento das rádios e TVs”.

Padre Reginaldo Manzotti, conhecido em todo Brasil como o sacerdote que arrasta multidões, tem sido alvo de críticas por parte dos fiéis desde a divulgação da matéria. Reginaldo ainda não se manifestou, o que é aguardado por parte de seus seguidores.

Confira a carta de Dom José Antonio Peruzzo na íntegra:

Curitiba, 08 de junho de 2020

Caríssimo Padre,

Escrevo-lhe para comentar e explicar sobre o acontecido deste final de semana, envolvendo o nome do Pe. Reginaldo Manzotti e TV Evangelizar em intensa celeuma midiática. Parece importante esclarecer para que não prevaleçam interpretações distorcidas. Tomei a inciativa de lhe expor a ordem dos fatos, pois que as hermenêuticas são as mais desencontradas.

No dia 21 de maio o Pe. Reginaldo me ligou consultando-me se deveria ou não participar de uma reunião online, proposta pela assessoria da presidência da República. Tal reunião seria no final da tarde daquele mesmo dia. Disseram que o presidente queria ouvir os pleitos das emissoras católicas. E Pe. Reginaldo deveria responder em um prazo exíguo, no mesmo dia. Ponderei a ele que não gosto nem um pouco do atual presidente. Todavia, no segmento das comunicações, quase tudo depende de autorização governamental. Qualquer meio de comunicação de rádio ou TV é concessão do Estado. Hoje, se não forem mantidos canais de diálogo, multiplicam-se severamente as retaliações. Foi assim também no passado, independentemente dos governos e grupos partidários. E o governo de agora é o que agora governa. Não existe outro.

Minha recomendação foi que participasse da reunião, mas que fosse cuidadoso no que falaria. Que não houvesse nem lisonjas nem hostilidades da parte do padre. Era uma reunião aberta, registrada, acessível ainda hoje a todos. Aconteceu em 21 de maio. Sobre o acontecido não surgiu nenhuma matéria jornalística até o sábado, dia 05.06. Foi então que, após 16 dias, o jornal o Estado de São Paulo estampou a seguinte manchete: “Ala da Igreja Católica oferece apoio ao governo em troca de verbas”. E foi esse o teor da reportagem.

O encontro foi promovido pelo grupo de parlamentares católicos. Vários setores das comunicações católicas apresentaram seus pleitos. As bajulações ficaram por conta dos parlamentares, mas não dos diretores das emissoras católicas, a não ser algumas expressões folclóricas de um tal que desconheço. O Pe. Reginaldo se pronunciou por apenas cinco minutos ou menos. Poderá ouvir sua fala abaixo. Foi tão somente uma apresentação legítima do segmento das rádios e TVs.

A reportagem do Estadão foi inteligentemente malévola: divulgou o acontecimento com grande tardança e os apresentou em distorções grosseiras. Outros grandes jornais do país também acompanharam e nada publicaram. Acaso o Estadão é o único “concessionário da lucidez”? Pareceu maldade encomendada.

Tudo se tornou ainda mais debatido depois da nota do setor de comunicações da CNBB. Também foi uma nota infeliz. Foi detrativa. Embora especialistas, tomaram como veraz uma reportagem viciada. E puseram-se a falar que a Igreja não aceita barganhas. É uma pena que chamaram de barganha o que e quem nada barganhou. Basta verificar e acompanhar toda a reunião. Quem barganhou?

Caro Padre, decidi escrever estas linhas para que saiba do conjunto dos fatos e possa conversar com quem lhe perguntar. Não escrevi para justificar. Tem também o direito de discordar. Mas impressiona o grau de desfiguração intencionada dos fatos. Vivemos tempos em que parece natural sofisticar a maldade.
Deixo-lhe um abraço.

Dom Peruzzo

Repórter Ceará (Foto: Reprodução/Twitter/Pe. Manzotti)

10 comentários

  1. Vi as críticas e duvidei, respondi que se a igreja estivesse barganhando eu como católica não concordaria,mas duvidei e torci pra não ser verdade,me entristeci,foi criticado outras emissoras e Padres.Muito mais triste fiquei, pensei : essa não é a minha igreja,minha igreja não se comporta dessa maneira,mas graças a Deus tudo isso é mentira e vamos defender nossa igreja e nossos Padres com ardor.

  2. Nunca duvidei que nosso Amado Padre Reginaldo faria o que essas pessoas mal intencionadas estao falando. Estao usando de partidos para fazer isso. A democracia existe, mas por favor respeite quem fez votos a cristo e sofre tanto com o sofrimento das suas ovelhas. PADRE MANZOTTI vou continuar rezando e ajudando sua obra. Deus abencoe.

  3. Muito me entristece como católica a colocação do senhor bispo ao dizer não gostar do Presidente atual que venceu as eleições com bandeiras defensoras de tudo o que prega a igreja católica e que vai contra tudo que é abominável aos olhos do senhor! Por acaso o anterior que
    saqueou a nação e ficou a favor de fatos totalmente contrário anosas doutrina? Peço que Deus ilumine a mente do nosso povo!???????

  4. Não deixe padre Manzotti de fazer seu lindo trabalho. Muitos na nossa igreja tem errado. Não deixemos nos influenciar, q a diferença seja somente a roupa. A igreja está falha. Misturando fé com idealismo. Cada um fazendo sua parte estaria de bom tamanho. Não misturar. Nosso povo esta sedento de Deus nao de politica. E nao venha dizer q serem q trabalhar junto. Tem q se trabalhar sim, cada um no seu papel. Fé é o papel da igreja. E se estamos firmes na fé, restante conseguimos lidar. Abraço.

  5. Dês de o dia que ouvi sobre isso recebi que avia um complô contra a Santa Igreja, mas vamos continuar rezando, porque os tempos são de perseguição contra Nosso Senhor Jesus Cristo e Sua Igreja, paz e bem ✝️

  6. Como Católica que sou, tinha certeza de que isso não era VERDADE como tudo que envolve nosso PRESIDENTE é distorcido para tentar ENGANAR à opinião pública! E com a igreja católica não seria diferente, só peço à Deus que percebendo isso nosso querido BISPO possa então reavaliar sua opinião sobre um Presidente que foi eleito legitimamente contra tudo e contra todos,

  7. Parabéns pelo seu trabalho? Liga pra Isso … Lembra? Até Jesus Cristo? Ñ Agradou todo O Mundo!!! Eu Amo o Seu (trabalho) Ñ deixa nada se? Abater❤❤❤❤❤????

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