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Paulo Régis e a jornada de uma segunda graduação

A busca pelo conhecimento faz parte da constituição humana, impulsionando cada pessoa a seguir diferentes caminhos ao longo de sua vida. Mesmo após concluir uma graduação, o indivíduo pode se abrir ao aprendizado contínuo como forma de aprimorar suas habilidades pessoais e profissionais. Seguindo essa filosofia, o desembargador Paulo Régis decidiu realizar um grande sonho que tinha há anos: cursar Jornalismo como sua segunda graduação.

Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e mestre em Direito da Ordem Jurídica Constitucional pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Paulo é professor do curso de Direito da Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, e também o único cearense a disputar uma vaga no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Ao ser questionado sobre a experiência de conciliar seu fazer profissional com a dedicação aos estudos, ele ressalta que: “o ser humano tem que se permitir a vivência múltipla”.

Leia a entrevista na íntegra a seguir.

Entrevista Nota 10: Poderia nos contar um pouco de sua trajetória acadêmica e profissional? Como sua história se entrelaça à da Unifor?

Paulo Régis: A minha relação com a Unifor se iniciou no ano de 1992, quando me submeti ao processo seletivo para ministrar a disciplina Direito do Trabalho. Fui aprovado e lecionei durante dois semestres. Na época, exercia concomitantemente a função de Procurador do Estado do Ceará.

Em 1993, alcancei êxito no concurso público para o cargo de Juiz Substituto junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª região, em Pernambuco, e deixei temporariamente a Unifor. No desejo de retornar ao Ceará, eu me submeti a um novo concurso para Juiz e ingressei nos quadros do TRT da 7ª região, o que me permitiu voltar a lecionar na Unifor no primeiro semestre de 1995.

Na Unifor, desde o início, cumpri o seu lema “ensinando e aprendendo”, pois concluí junto à referida Universidade, em 1993, o curso de especialização em Direito Constitucional.

Entrevista Nota 10: Como o aprendizado contínuo se revela um diferencial no perfil do acadêmico de Direito?

Paulo Régis: O aperfeiçoamento do aluno através de cursos de Pós-Graduação propicia um ganho profissional relevante. A competição acirrada no mercado do trabalho exige do profissional da área jurídica uma contínua atualização, que pode ser concretizada através de uma especialização na sua área de atuação.

No Estado do Ceará, a Unifor teve a primazia de realizar em 1995 o primeiro curso de especialização em Direito do Trabalho, concebido e coordenado por mim.

Entrevista Nota 10: De onde surgiu a decisão de cursar Jornalismo? Como o curso dialoga com a área jurídica?

Paulo Régis: O sonho de cursar Jornalismo era acalentado há décadas e somente em 2008, diante da oportunidade de ingressar como graduado na Unifor, resolvi enfrentar o desafio de conciliar a magistratura, o magistério e o regresso à condição de aluno. O curso foi concluído em dez anos, pois fazia apenas uma ou duas disciplinas por semestre.

O diálogo com o Direito é interessante, pois, pelo seu viés multidisciplinar, o Jornalismo abre o leque de reflexões. Permite que se tenha várias visões sobre a realidade fática, contribuindo para uma melhor compreensão das relações sociais.

Entrevista Nota 10: Quais suportes a Universidade de Fortaleza ofereceu nesta segunda graduação?

Paulo Régis: O curso de Jornalismo da Unifor alia com perfeição o aspecto teórico com aspecto prático. Os alunos possuem durante o curso toda condição de vivenciar o exercício prático da profissão nas suas diversas áreas de atuação. O corpo de professores e a estrutura da Unifor permitem que o curso de Jornalismo obtenha prestígio e reconhecimento na comunidade acadêmica.

Entrevista Nota 10: Como foi conciliar a experiência de ser aluno e professor ao mesmo tempo?

Paulo Régis: O ser humano tem que se permitir a vivência múltipla. A condição de professor no curso de Direito da Unifor em nenhum momento me permitiu qualquer tipo de privilégio. Sempre me comportei como aluno do curso de Jornalismo e, como tal, em que pese as diferenças de idade, tive excelente interação com os meus colegas, firmando amizades duradouras. A relação com os professores também se deu da melhor forma possível e com muitos deles mantenho convívio atual. Enfim, foi um grande aprendizado.

Entrevista Nota 10: Quais os seus próximos passos no campo profissional? Pretende atuar em que área?

Paulo Régis: No campo profissional, pretendo continuar exercendo a minha função de Desembargador junto ao TRT da 7ª região e lecionando na Unifor. No futuro, quem sabe, após cumprir o meu ciclo, poderei colocar em prática o aprendizado do curso de jornalismo. O rádio me fascina, e um dia sonho em me dedicar na interação com os ouvintes, participando de um programa de debates sobre temas relevantes da sociedade.

Repórter Ceará – Unifor (Foto: Arquivo pessoal)

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