Alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), adotodou como estratégia de resposta promover a verificação, junto a agências de checagem de fatos, das falas do presidente Jair Bolsonaro. Ao longo da live de Bolsonaro que foi ao ar nesta quinta, 29, o TSE divulgava informações apotando mentiras, erros e imprecisões que marcavam o discurso do presidente.
A live havia sido convocada pela Presidência em forma de coletiva, apesar da proibição aos jornalistas de fazerem perguntas. A promessa era de que seriam apresentadas provas de fraude eleitoral no Brasil. Terminou com o presidente admitindo que “não havia provas”, mas reforçando acusações contra as instituições. As mais de duas horas de live foram transmitidas pela TV Brasil, uma rede estatal de televisão.
O presidente disse que a apuração seria feita em uma sala escura do TSE. A afirmação é falsa, já que o processo de apuração é aberto à imprensa na sede do tribunal, em Brasília. “Ao chegarem ao TSE, a integridade e autenticidade dos dados são verificados e se inicia a totalização (isto é, a soma) dos resultados de cada uma das urnas eletrônicas, por supercomputador localizado fisicamente no tribunal. O resultado final divulgado pelo Tribunal sempre correspondeu à soma dos votos de cada um dos boletins de urna impressos em cada seção eleitoral do país”.
O presidente disse que apenas três países usam o voto eletrônico – o Brasil, os asiáticos de Bangladesh e Butão. A informação é falsa. Dados do International Institute for Democracy and Electoral Assistance (Idea) indicam que 23 países fazem uso deste sistema em alguma medida, incluindo nações como Estados Unidos, Canadá, França, Espanha e Austrália. Tais sistemas democráticos garantem, assim como no Brasil, a transferência democrática de governo.
O presidente disse que eleitores não conseguiam nos seus candidatos que desejavam. A informação é falsa.
Em 2018, o TSE também alertou para um vídeo com informação falsa, onde pessoas reclamaram que a urna eletrônica não apresentava a tecla “Confirma” para votar para presidente. O tribunal superior garantiu que tais votos, inclusive os dados para presidente, foram computados e registrados nos respectivos boletins de urna.
Em outro vídeo falso, um especialista afirma que auditoria nas urnas eletrônicas realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) não obteve o resultado esperado. O caso de falha nos teclados, segundo o tribunal, foi registrado em uma única urna, na zona leste da cidade, sendo rapidamente trocada por um aparelho funcional.
“Todos os procedimentos realizados durante a auditoria do TRE-SP foram definidos em conjunto entre representantes da Justiça Eleitoral, um delegado e um perito da Polícia Federal que acompanharam e registraram todo o processo. Durante a cerimônia, todos os procedimentos era previamente anunciados aos presentes, de modo a permitir eventual manifestação quanto à pertinência das ações. Nenhum presente contestou os procedimentos, seja antes ou durante a realização da auditoria”, indicou o TSE.
O Tribunal Superior Eleitoral mantém, em seu site, uma página pronta para esclarecer dúvidas sobre boatos relacionados às eleições.
Repórter Ceará – Congresso em Foco