Home Geral “Ninguém fechará esta corte”, diz Fux em resposta a Bolsonaro

“Ninguém fechará esta corte”, diz Fux em resposta a Bolsonaro

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, proferiu um duro discurso na abertura da sessão desta quarta-feira, 8, em resposta às declarações feitas por Jair Bolsonaro nessa terça-feira (7), durante manifestações em apoio ao seu governo no Dia da Independência. Sem citar o nome de Bolsonaro, Fux disse que as ameaças golpistas do presidente à corte e a seus ministros são práticas “intoleráveis”. Segundo ele, o presidente incorrerá em crime de responsabilidade se não cumprir decisões judiciais, conforme sinalizou nos discursos feitos na Avenida Paulista, em São Paulo, e na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. “Ninguém fechará esta corte”, afirmou Fux.

“Ofender a honra dos ministros, incitar a população a propagar discurso de ódio contra instituição do Supremo Tribunal Federal e incentivar o descumprimento de decisões judiciais são práticas antidemocráticas ilícitas e intoleráveis”, disse Fux, que mais à frente mandou um recado direto: “Povo brasileiro: Não caia na tentação das narrativas fáceis e messiânicas, que criam falsos inimigos da nação. Mais do que nunca, nosso tempo requer respeito aos poderes constituídos.”

Fux conclamou “os líderes do nosso país” para que se dediquem ao que chamou de problemas reais: “a pandemia, que ainda não acabou e que já levou para o túmulo 580 mil vidas brasileiras e levou a dor a estes familiares que perderam entes queridos”, o desemprego, a inflação e a crise hídrica.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), posicionou-se de maneira mais tímida em relação a Bolsonaro, seu aliado. Em pronunciamento gravado, Lira pediu “um basta” ao que chamou de “bravatas”. Mas evitou em falar sobre uma eventual análise de abertura de processo de impeachment contra o presidente da República.

“Festa cívica”, define Aras

O procurador-geral da República, Augusto Aras, fez um discurso mais próximo ao de Lira, evitando confrontos diretos com o presidente da República e mesmo elogiando as manifestações dessa terça-feira.

Para Aras, houve “uma festa cívica, com manifestações pacíficas, que ocorreram hegemonicamente de forma ordeira pelas vias públicas do Brasil.”

“Após longo período de distanciamento social, a vacinação já possibilita que concidadãos reúnam-se pacificamente para manifestarem-se”, disse Aras, que limitou-se a dizer que “a voz das instituições, que funcionam a partir das escolhas legítimas do povo e de seus representantes, também é a voz da liberdade.”

Repórter Ceará – Congresso em Foco

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