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Tasso Jereissati repreende Wagner Rosário após bate-boca na CPI da Covid-19: “Baixe a sua bola”

O relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), demonstrou irritação durante o depoimento do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, ao colegiado, nesta terça-feira, 21. A falta de respostas levou o parlamentar a entrar em atrito com o servidor por diversas vezes.

Ao fim dos questionamentos, Calheiros comparou o depoente ao personagem Fabiano, do livro Vidas Secas, obra de Graciliano Ramos. “Dentro de casa, Fabiano grita, xinga, bate na mulher, nos filhos e até na cachorra Baleia. Mas, diante do patrão, fala fino, obedece, é puro servilismo e se borra de medo do soldado amarelo”, disse o senador.

O relator do colegiado aproveitou para chamar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de “capitão amarelo”, após o mandatário recuar dos ataques ao Poder Judiciário, em carta que pede harmonia entre os Poderes. O referido documento foi redigido com a ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB).

“Aqui é o caso do capitão amarelo, depois do recuo que assinou. Para o desemparado, ruge e rosna e, para o poderoso, mia e abana a cauda”, prosseguiu o senador.

Este foi apenas um dos vários momentos em que Calheiros entrou na rota de colisão de Rosário. Criticado pela postura, classificada por parte dos senadores como “petulante”, o ministro rebateu o relator da CPI e criticou quando, segundo ele, o senador tentou colocar palavras em sua boca.

“Vossa excelência está repetindo uma coisa que não tem ligação nenhuma com a verdade. O senhor tem obrigação de falar a verdade”, disse Rosário, em tom áspero. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que presidia a sessão na ocasião, repreendeu o ministro: “O senhor baixe a sua bola”, disse.

Antes, em áudio vazado, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), chamou Rosário de “petulante para caralho“. A irritação do congressista decorreu de resposta atravessada do ministro, em réplica ao questionamento sobre o período em que a CGU soube do envolvimento da Precisa Medicamentos nas irregularidades envolvendo as negociações pela aquisição da vacina indiana Covaxin.

Rosário afirmou ter tido conhecimento em junho deste ano, por meio da imprensa. Aziz se surpreendeu com o intervalo entre o início das investigações, em setembro de 2020, até chegar à denúncia de atuação da Precisa no trâmite.

Como resposta, o presidente da CPI ouviu: “Não sei se o senhor já participou de alguma investigação… Você não passa um scanner na hora da busca e apreensão e saem os dados, não. Tem que ter análise, tem que levar tempo”, disparou Rosário.

Em seguida, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) também criticou a postura do CGU. “Se a petulância do depoente for do tamanho da competência, nós estamos muito bem servidos”, ironizou.

Repórter Ceará – Metrópoles

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