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Editorial: A chance de sair do lamaçal

Já sabemos que 2018 será um ano decisivo para o Brasil. Quase 30 anos após a primeira eleição direta desde o fim da Ditadura Militar, milhões de eleitores irão às urnas celebrar a consolidação da democracia através da escolha dos futuros representantes do povo. É a chance que os brasileiros terão de derrotar as forças do atraso que jogaram o País na maior crise moral, ética e institucional da sua história. Reforma da Previdência, Crise Fiscal, Eleições, Operação Lava Jato e outras questões políticas e econômicas deverão definir a pauta do debate nacional sobre o futuro do País. 

Os indicadores revelam uma melhora gradual da economia brasileira, mas o governo ainda terá que enfrentar muitos desafios até alcançar a completa recuperação econômica. O principal deles é a reforma da Previdência. Na votação marcada para o dia 19 de fevereiro, Temer testará a pouca força política que lhe resta na tentativa de obter os votos necessários à aprovação da mais importante reforma estrutural das últimas duas décadas.  

A PEC que muda algumas das regras das aposentadorias e pensões do INSS é fator decisivo para a superação da Crise Fiscal, mas há um grande risco de a reforma não ser aprovada, isso porque a articulação do governo Temer tem se mostrado incapaz de convencer os parlamentares da necessidade de votarem as mudanças, visto que estes estão com os olhos fixos nas consequências negativas que poderão sofrer caso uma reforma impopular seja aprovada em um ano eleitoral.  

A não-aprovação das mudanças no regime previdenciário colocará este tema em posição central no debate que se desdobrará durante o período eleitoral. Período este que será marcado também por inédita dose de imprevisibilidade, a começar pela situação do ex-presidente Lula. Ainda não é possível definir se o petista conseguirá disputar as eleições presidenciais, mesmo vindo a ter a sua condenação confirmada em segunda instância, e como o PT e outros partidos de Esquerda se comportarão caso o ex-presidente venha a ser retirado da disputa. 

Muitas outras são as incertezas que rodeiam o pleito deste ano. Ainda não se sabe, por exemplo, qual será o nome escolhido pelo governo para a defesa do “legado” econômico e como os candidatos lidarão com o fim do financiamento privado e com a redução do tempo de propaganda eleitoral no Rádio e na TV. Também não se tem conhecimento sobre qual será o grau de influência que as Redes Sociais e, em particular, o fenômeno das fake news, terão sobre as eleições.  

Dentre tantas incertezas, o que é possível tomar como certo é que os novos desdobramentos da Operação Lava Jato arrastarão mais uma porção de políticos para o centro do maior escândalo de corrupção da história, inviabilizando muitas candidaturas e contribuindo para elevar o grau de incerteza do cenário eleitoral. A Lava Jato também deverá aflorar o desejo de vingança nutrido por milhares de brasileiros que veem nas eleições a oportunidade de alterar o quadro político reinante no País. 

Independente do ângulo pelo qual se olhe, se político, se econômico, 2018 continua sendo um ano de importantes decisões para o futuro do País. O Congresso terá que decidir entre aprovar as medidas de ajuste fiscal que darão consistência à retomada econômica, dentre elas a reforma da Previdência, ou jogar para o próximo governo o desafio colossal de pôr em ordem as tão desajeitadas contas públicas.  

Nas urnas, as forças do progresso, que expressaram sua sede de mudança nas maiores manifestações populares da história, combaterão contra as forças do atraso, que tiraram o Brasil do “berço esplêndido” e o jogaram no lamaçal da desordem institucional e do desprezo internacional. Pelo bem da Nação, nos esforcemos pela derrocada do atraso e pela vitória do progresso! 

Editorial do Repórter Ceará 

1 comentário.

  1. Enquanto nós ficarmos nesse discursso repetitivo de só apontarmos os defeitos dos que estão no poder e não nos propusermos a dá a cara pra bater e enfrentar e ir pra linha de frente com propostas cabíveis e viáveis pra ter uma solução favorável aos problemas do nosso pais iremos ficar a vida inteira reféns dos que querem o usar o poder para benefício próprio.

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