Home Comentários Ciro Gomes no JN

Ciro Gomes no JN

Com o título “Ciro Gomes do JN”, eis o artigo do jornalista Cláudio Teran sobre a sabatina do candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, no Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão:

“Trinta minutos de Jornal Nacional é muito. É a maior audiência do Brasil em Televisão. E se torna ainda mais significativa se o entrevistado ao vivo não dispor de tempo no horário eleitoral.

Por isso Ciro Gomes se saiu bem na generosa meia hora de entrevista ao ‘moedor’ do JN.

William Bonner também foi bem por dosar firmeza e gentileza ao inquirir. Renata não. Titubeou demais e deu chances a Ciro de respirar e vence-la com seu raciocínio veloz e determinado.

A entrevista foi interessante até pelos lugares comuns.

Ciro sabia que seria perguntado sobre as incoerências bizarras da política nacional – normais no ambiente em que ele trafega há mais de três décadas.

E também estava ciente que seria cobrado por suaconhecida incontinência verbal que é admitida até por ele como sua falha maior.

O Ciro que entrou no estudio do Jornal Nacional com a espinha ereta e a passada larga aguentou sem um tique nervoso sequer as bordodas que levou. Para um absolutista resoluto como ele foi um êxito.

A maior falha que eu sempre vejo no estilo dele é o tom permanentemente afirmativo. Ciro responde impondo, mais que isso, afirmando a verdade dele
como a verdade dos fatos. Então para entrevistá-lo bem é preciso interrompe-lo, impedir que ele saia do prumo e domine a cena com suas figuras de linguagem. Bonner nesse sentido, ensinou

Fosse aqui, na mídia regional, Ciro teria explodido, mas diante da tenacidade de um bem informado William Bonner, ele demonstrou uma faceta nova, sabe usar a fleuma, se preciso for.

O duelo com Bonner foi pau a pau até mesmo na verborragia e na voz do apresentador, tão límpida e tão clara quanto a dele, mas Ciro passou no teste e vendeu seu peixe para uma audiência que nunca teve em toda a sua vida.

Seu ponto mais frágil, claro foi defender um cara como Carlos Lupi. Bonner venceu, Lupi é vilão mesmo, e agora deve a Ciro Gomes o ato de coragem que o candidato teve ao defende-lo, apesar das broncas.

Claro que as colocações de Ciro Gomes são programadas ora para agradar o Centro, ora para afagar a Direita, e principalmente, ‘alisar’ pelo menos uma banda da Esquerda de quem ele até utiliza alguns chavões. Normal, candidatos precisam antes de tudo iludir, convencer e a partir daí angariar o voto.

O Jornal Nacional presta um serviço importante ao país com essas entrevistas. E Ciro teve uma tremenda oportunidade de ser visto e sentido.

Levando-se em conta a diversidade de quem assiste o noticiário de maior peso da TV no País, o cearense não passou despercebido…”

Cláudio Teran

Deixe seu comentário:

Please enter your comment!
Please enter your name here