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Tema da redação do Enem foi decidido no meio do ano, diz ministro

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”, foi escolhido há cerca de quatro meses pelos técnicos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A afirmação foi do ministro da Educação, Rossieli Soares. Com isso, a escolha do tema não foi influenciada pelos recentes episódios envolvendo notícias falsas nas eleições.

“É um tema muito atual, não foi uma escolha de agora. Foi uma escolha dos técnicos daqui do Inep em torno de junho, julho. O tema é extremamente atual e relevante. Para os jovens estudantes que estão informados da discussão de fake news, do papel da internet na informação, é muito importante o debate”, disse Soares na tarde de hoje (4), no Inep, após reunião com o presidente Michel Temer e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.

O tema, inclusive, foi elogiado por Temer após a reunião. “Cumprimentei os organizadores pelo título da prova [redação]. Trata das notícias falsas, é um tema atualíssimo”. O tema foi trabalhado em muitas escolas, segundo professores de redação entrevistados pela Agência Brasil.

O Enem abordou as fake news em sua prova, ao mesmo tempo em que foi alvo delas. Circulou nas redes sociais uma notícia falsa de que o exame foi cancelado e o Inep teve que ir a público desmentir a informação. O ministro da Educação afirmou que as redes sociais já estavam sendo monitoradas.

“Estamos o tempo todo monitorando as redes, 24 horas por dia todas as redes sociais com apoio da Polícia Federal. Estamos sempre prontos para tomar as providências e quando for o caso de responsabilização, será tomado. E estamos combatendo as notícias falsas.”

Para a professora de redação Carol Achutti, do curso online Descomplica, o assunto deste ano, dada a repercussão do Enem, atinge toda a sociedade e coloca em discussão o tema da manipulação intensamente vivido no Brasil no último processo eleitoral. “É uma inovação.Colocaram um dedinho na ferida. Por isso, achei importante levantar essa discussão”, disse.

Segundo Carol, a escolha tem um caráter diferente dos anos anteriores. “O recorte escolhido é quase político. Não é social como estamos acostumados. É perigoso o estudante confundir com fake news [divulgação de notícias falsas], que podem aparecer na argumentação, mas não é só isso”.

Repórter Ceará – Agência Brasil

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