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Presidente do Inep sobre possível intervenção do Governo no Enem: “Não é o Governo que manda na prova”

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) voltou a criticar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) nessa sexta-feira, 09, através do Facebook. Suas críticas se referiam a questão da área de Linguagens e Códigos em que uma frase estava em Pajubá – dialeto falado pela comunidade LGBT – que dizia o seguinte: “Nhaí, amapô! Não faça a loka e pague meu acué, deixe de equê se não eu puxo teu picumã!”.

Na rede social, Bolsonaro declarou: “Pelo amor de Deus, esse tema, a linguagem particular daquelas pessoas, o que a gente tem a ver com isso? Quando a gente vai ver a tradução, um absurdo […] Pode ter certeza que não vai ter uma questão daquela no ano que vem. Nós vamos tomar conhecimento da prova antes”.

No entanto, entrevistada pelo espanhol ÉL PAÍS, a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, autarquia responsável pela realização do Enem, esclareceu que o Governo não interfere em nada do processo: “Não é o Governo que manda na prova”.

Maria Inês, que foi cotada para ser ministra da Educação no Governo de Bolsonaro, explica que “o Inep tem uma diretoria específica de técnicos consagrados que com a ajuda de uma série de educadores e professores universitários de todas as regiões do país elaboram a prova” e que, por ser uma autarquia governamental, é “alinhadíssimo com o Ministério da Educação”, mas o Exame é de responsabilidade total do instituto, o que reserva a ele autonomia para elaborar as questões sem intervenção direta do Governo.

“Em momento algum houve qualquer perspectiva de doutrinação, de valorização de uma posição em detrimento da outra”, diz ela. “Eu só lamento que algumas leituras tenham sido equivocadas, mas cada pessoa, cada leitor do mundo faz uma interpretação do texto da maneira como quer, não é? Com a sua cultura, com seus valores e com as suas ideologias”, completa. Ela afirma que a prova é uma oportunidade para os jovens brasileiros para que eles possam interagir com a tipologia de muitos autores diferentes. Na prova do domingo, havia do hino nacional a textos a respeito de celíacos.

Repórter Ceará com informações do ÉL PAÍS

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