Não é novidade que várias prefeituras em todo o país estão enfrentando inúmeras dificuldades para equilibrar as suas finanças. Novidade é a estratégia que muitas delas desenvolveram para alcançar esse objetivo.
Algumas prefeituras estão deixando de repassar para os bancos os valores que são descontados nos contracheques dos servidores públicos que fizeram algum empréstimo consignado, e na surdina, estão utilizando esse dinheiro para tentar pôr em ordem as finanças municipais.
No fim das contas, os maiores prejudicados são os servidores públicos, que acabam, muitas vezes, recebendo cobrança dos bancos e tendo o próprio nome incluído na lista de inadimplentes do Serviço de Proteção ao Crédito.
Mas além de prejudicar os servidores, essa estratégia imoral só serve para cavar ainda mais fundo o buraco da crise fiscal, já que não resolve, de forma alguma, os problemas do município. Mas pelo contrário: tem potencial para aumentá-los! De acordo com alguns especialistas, essa prática é pior que as pedaladas fiscais que afastaram a ex-presidente Dilma Rousseff.
Numa sessão ordinária realizada pela Câmara Municipal, no início deste mês de novembro, foram feitas denúncias de que a prefeitura de Quixeramobim estava fazendo uso dessa mesma estratégia para tentar equilibrar as contas do município.
É preciso que o Ministério Público investigue se, de fato, essa prática está sendo utilizada por aqui, para que, assim, as medidas necessárias sejam adotadas e outra bomba financeira não venha explodir sobre o colo de Quixeramobim.
Repórter Ceará
