
Temer declara que Bolsonaro acabará adotando política externa universalista e considera movimento #FicaTemer curioso
Em entrevista exclusiva à jornalista Roseann Kennedy, que vai ao ar hoje, 5, às 21h15 na TV Brasil, o presidente Michel Temer defendeu que o novo governo adote o multilateralismo em sua política externa.
“Nunca nos pautamos por ideologia. Nossa relações são de país para país. Acho que o presidente Jair Bolsonaro vai acabar adotando essa política universalista”, opinou.
Temer afirmou ainda que o multilateralismo é uma das exigências da globalização. Para ele, o isolacionismo pode até funcionar para países como os Estados Unidos, que detêm força política e econômica. “Não somos os Estados Unidos; e não temos o mesmo poder”, observou.
Sobre qual conselho daria para o futuro ocupante do Palácio do Planalto, Temer citou três palavras: humildade, temperança e equilíbrio. “Não que ele não os tenha, acredito que tenha esses atributos, e irá exercê-los. É preciso serenidade para conduzir o país”, afirmou.
Na avaliação do presidente, o Congresso não criará obstáculos para o novo governo. “O Congresso tem consciência da necessidade do país. Não vai atrapalhar; vai aprovar o que for importante”, disse. Ele destacou que Bolsonaro já está conversando com as bancadas partidárias. Para Temer, mesmo os novos eleitos, que nunca foram políticos, “logo se aclimatarão e votarão positivamente ao que interessar ao povo brasileiro.”
Sobre o movimento nas redes sociais, #FicaTemer, para sua permanência na Presidência, o presidente considerou “muito simpático”. “Curioso, o reconhecimento vem vindo. É uma brincadeira, mas me impressionou o número de visualizações”.
Temer disse que, a partir de 1º janeiro, voltará para São Paulo. “Vou ficar comigo mesmo. Escrever. [Na Presidência] não sobra espaço mental para elaborar textos técnicos ou de ficção.” O presidente disse ainda que se sente realizado, mas que não terá saudades. “Intimamente, sinto que desempenhei um bom papel. Não vou sentir saudade. Cada momento é um momento. Não se pode ficar preso ao passado”, finalizou.
Repórter Ceará – Agência Brasil