Home Terezinha Oliveira 14 de agosto – Dia da cidade (1856 a 2020)

14 de agosto – Dia da cidade (1856 a 2020)

Estamos na “Semana do Município”, mas 14 de Agosto corresponde aos 164 anos da elevação da Vila Nova de Campo Maior à categoria de cidade com a denominação de Quixeramobim. Os 231 anos de criação do Município foram completados em 13 de junho de 2020, data dedicada ao Santo Padroeiro. Dada a magnitude dos festejos católicos, é costume não fazer alusão ao fato que deu autonomia jurídica ao 9º Município cearense instalado. Portanto, essa é a semana de comemorar a “CIDADE CORAÇÃO DO CEARÁ”, assim alcunhada por conter em seu espaço urbano o Centro Geodésico do território estadual.

Comemorando a cidade, o que deve ser ressaltado? Nos orgulha por ser berço de Herói Nacional como Antônio Conselheiro e de nomes destacados nas ciências, artes e política. Também hospedou vultos de renome nacional e foi palco de episódio decisivo na Confederação do Equador. Mas onde estão os registros documentais, edificações e outras referências a essa bela história. Não há museu na cidade, nem mesmo um Arquivo Público.

Por aqui já existiu cinema, espaços para formação dos jovens nas diversas artes e para entretenimento com dramas, danças, manifestações folclóricas. Estão no esquecimento aquelas pessoas que davam o melhor de si para que a cidade mantivesse as suas tradições.

E quando o tema é equilíbrio ambiental, há muito a lamentar. Em acelerada expansão urbana os bairros residenciais surgem sem qualquer respeito aos preceitos da Legislação. Esta vem há tempos sendo continuadamente ignorada. Onde estão as Áreas de Praças, Áreas Verdes e Áreas Institucionais? Estas Áreas são Espaços Públicos, mas é corriqueira a desafetação dos terrenos para outros fins. Ao sairmos da zona central, são quase inexistentes esses importantes locais.  As Áreas Institucionais se destinam aos equipamentos de serviços educacionais, de saúde e similares. Pequenos “pulmões” deveriam compor as Áreas Verdes para amenizar o clima.

Ainda maior é o destrato com os espelhos d’água: rios,riachos,  lagoas e açudes que tem suas margens invadidas e até mesmo os seus leitos são aterrados para atender a cobiça imobiliária. Torna-se um crime quando iludem pessoas desinformadas compram sua sonhada moradia própria em áreas naturalmente de risco, exemplares das nossas plantas nativas.

Queria que os ‘parabéns’ desse aniversário fosse em sombras de árvores em nossas Praças, em vias urbanas, e se não for sonhar demais, em um Parque Ecológico onde estivessem plantadas as espécies nativas da nossa Região.

Foto: Deyvid Viana

Terezinha Oliveira
Geógrafa e Economista, Especialista em Planejamento

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